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terça-feira, 16 de outubro de 2018

👍Como surgiu o Dia do Professor


Como surgiu o Dia do Professor

No Brasil, 15 de outubro é Dia do Professor. A data relembra um decreto imperial de 1827, documento que criou o ensino público no país.

"O 15 de outubro faz alusão à criação das classes de primeiras letras no Brasil", afirma a historiadora Katia Abud, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Mas as comemorações só tiveram início no século 20.

Ficava na rua Augusta, 1520, em São Paulo, o Ginásio Caetano de Campos - apelidado de Caetaninho, já que desde 1894 existia a Escola Caetano de Campos, na época ainda no endereço da Praça da República. Ali, um grupo de professores teve a ideia de interromper o ano letivo com um dia de folga. E uma pequena comemoração, em que houvesse o reconhecimento pelo trabalho realizado.

Sugeriram o 15 de outubro, oportunamente equidistante dos períodos de férias escolares e significativamente importante para a educação no Brasil, por causa do decreto imperial de 1827.

Aos poucos, a ideia pegou. Outras escolas começaram a fazer o mesmo. Até que, em 14 de outubro de 1963, o então presidente João Goulart assinou o decreto nº 52.682 e criou o feriado escolar do Dia do Professor no Brasil.

Educação imperial


Mas, afinal, o que era essa tal lei de 1827?

"A lei foi uma tentativa de organizar a educação no Brasil", resume o historiador Diego Amaro de Almeida, pesquisador do Centro Salesiano de Pesquisas Regionais. "O imperador acaba propondo um projeto de educação que tinha em sua base a promoção do próprio Brasil. Entretanto, devido ao momento e às condições materiais do país, o cumprimento integral da lei foi algo complicado de ser resolvido."

Em 17 artigos, o imperador Dom Pedro I (1798-1834) mandou "criar escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império".

"Dom Pedro, por graça de Deus, e unânime aclamação dos povos, imperador constitucional e defensor perpétuo do Brasil", conforme relata o documento, decreto que "em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos haverão as escolas de primeiras letras que forem necessárias".

A lei apresentava alguns pontos bastante curiosos. O artigo terceiro, por exemplo, estipulava que os professores deveriam ter salários anuais de 200 mil-réis a 500 mil-réis.
"Com atenção às circunstâncias da população e carestia dos lugares", pontua o decreto.
"Eu realizei alguns cálculos, com a ajuda de um economista, para tentar ajustar este valor aos tempos atuais. E concluí que este intervalo de salários equivale, hoje, a um ordenado mensal de 1.400 reais a 3.500 mil reais", conta Martins. "Isto significa que, quase dois séculos depois, considerando o salário base da profissão, pouco avançamos nesse aspecto."
A variação da faixa salarial era justificada pelas condições econômicas de onde a escola estivesse situada. Conforme explica o escritor e historiador Paulo Rezzutti, biógrafo de figuras do período imperial do Brasil, quanto mais pobre fosse a localidade, mais próximo dos 200 mil-réis seria o ordenado anual; quanto mais rica, mais próximo dos 500 mil-réis.
"Mas tem uma outra questão que é interessante", aponta Rezzutti. "Pela Constituição Imperial, que instituiu o voto censitário, o professor podia votar. A Constituição de 1824 permitia a só quem tivesse renda líquida de 200 mil-réis por ano participar de um dos estágios das eleições brasileiras, que eram feitas de maneira indireta."
De acordo com o decreto, os professores "ensinarão a ler, escrever, as quatro operações de aritmética, a prática de quebrados, decimais e proporções, as noções mais gerais de geometria prática, a gramática da língua nacional, e os princípios de moral cristã e da doutrina da religião católica apostólica romana" - na época, o Estado ainda não era laico, vale ressaltar.
O mesmo artigo também faz uma recomendação: "preferindo para as leituras a Constituição do Império e a História do Brasil".
Aqueles que quisessem se tornar professores precisavam passar por uma espécie de concurso público.
"Os que pretenderem ser providos nas cadeiras serão examinados", dizia o texto, que ressalta que só seriam admitidos para a carreira "os cidadãos brasileiros que estiverem no gozo de seus direitos civis e políticos, sem nota na regularidade de sua conduta".
"Anteriormente, muitos professores eram indicados ou promovidos por mero saber. Recebiam a função de professor da mesma maneira que um nobre recebia um título", afirma o historiador Almeida. "Pela nova lei, ele precisava ser avaliado para 'provar' competência."
O artigo décimo previa a possibilidade de uma gratificação anual a todos os professores com mais de 12 anos ininterruptos de magistério, desde que estes tivessem se "distinguido por sua prudência, desvelos, grande número e aproveitamento de discípulos".

Mulheres

A lei imperial previa a criação de "escolas de meninas". Mas apenas nas "cidades e vilas mais populosas, em que (...) julgarem necessário esse estabelecimento".
"O ensino de meninas ainda era uma novidade", aponta Almeida. "Muitos pais preferiam preceptoras quando se tratavam das meninas." Ele cita, por exemplo o caso do Visconde de Guaratinguetá que, em 1865, contratou uma francesa para ensinar sua filha em casa. "E, mesmo assim, a contragosto porque, para ele, 'instrução de meninas é o casamento'", cita o pesquisador.
Rezzutti lembra que, apesar de previstas em lei, acabaram sendo raríssimas as escolas para meninas. "Até porque, segundo o pensamento da época, meninas não raciocinavam tão bem quanto os meninos", explica. "Por isso, aliás, as operações matemáticas para elas não eram matéria obrigatória."
Dois artigos, o décimo-segundo e o décimo-terceiro, tratavam especificamente da mulher professora. Curiosamente, elas nunca são chamadas de professoras - mas, sim, de "mestras", termo que aparece apenas uma vez no masculino, em uma frase que se contrapõe às mestras.
O artigo décimo-segundo diz que cabia a elas o ensino quaisquer disciplinas estipuladas no artigo sexto, "com exclusão das noções de geometria e limitando a instrução da aritmética só as suas quatro operações". "Havia uma mentalidade, corroborada pelo próprio imperador, de que a matemática era um conhecimento restrito aos homens", conta Martins.
O texto também previa que elas ensinassem "as prendas que servem à economia doméstica". E fazia uma ressalva moral: as professoras precisavam, além de serem brasileiras, terem "reconhecida honestidade".
Claro que essa terminologia era um eufemismo. E queria ressaltar que as professoras não podiam ter vida promíscua - conforme os parâmetros de então. "Honestidade, no caso, era o comportamento moral", explica Almeida. "Durante muito tempo as mulheres, para serem admitidas na carreira, precisaram se sujeitar a muitas regras de conduta. Havia o entendimento que a profissão de professora era muito próxima da maternidade."
Se alguns desses pontos ferem qualquer princípio de direitos iguais independentemente de gênero, o item seguinte é um alento. Em pleno ano de 1827, a lei imperial cravava que "as mulheres vencerão os mesmos ordenados e gratificações concedidas aos mestres".
"Essa postura é interessantíssima", comenta Almeida. "Igualdade de condições com os homens."

Didática

O artigo quarto definia que o método adotado era o "ensino mútuo", também chamado de Lancaster. Criado pelo pedagogo e quaker inglês Joseph Lancaster (1778-1838), destacava-se por otimizar a transmissão do conhecimento, ao conseguir passar as aulas a um grande número de alunos, com poucos recursos, em pouco tempo, e com relativa qualidade.
Em texto publicado em 15 de outubro de 1927 na 'Revista do Ensino', edição comemorativa ao primeiro centenário da legislação, o professor Leopoldo Pereira descreve como era a "escola antiga", ou seja, este ensino do século 19.
"Antigamente, o mestre escola, de par com o vigário da freguesia, eram as mais respeitáveis personagens da aldeia. E como era então mais penoso o trabalho de ensinar e aprender! Não havia livros; o mestre tinha de fazer cartas para todos os discípulos. Depois do a-b-c, a carta de nomes, e depois a carta de fora. O mestre e os próprios menos obtinham dos negociantes cartas comerciais para leitura na escola; os próprios pais as forneciam, e quando faltavam, recorria-se aos cartórios, onde o mestre obtinha e às vezes comprava autos antigos, escritos ainda com pena de pato, que eram o terror da meninada. Eu mesmo ainda passei pelo suplício de decifrar as abreviaturas dos escrivães do tempo d'el rei", pontua.
A didática era baseada em repetição e memorização. E muita disciplina. E isto incluía as reprimendas, conforme dizia o artigo décimo-quinto da lei imperial: "os castigos serão praticados pelo método de Lancaster".
Sobre isso, professor Pereira também tratou na 'Revista do Ensino'.
"Não se compreendia então a escola sem o castigo corporal: a férula era para o mestre como o cetro para o rei ou o cajado para o pastor. Até nas aulas de latim e francês, que nossas principais cidades possuíam durante muitos anos, corria bem aceito o axioma que o latim, quando não entrava pelos olhos e ouvidos, devia entrar pelas unhas. Na escola primária a palmatória chamava-se santa luzia. Por que esse nome? Como se sabe, a crença popular venera Santa Luzia como advogada da vista, e nossos pais entendiam que a férula é que devia dar vista aos cegos", escreveu ele.
"Este método era o mais moderno da época para trabalhar com grande número de alunos em sala de aula. Ele permitia, por exemplo que alunos mais experientes fossem 'monitores', o que dava ao professor a possibilidade de ensinar turmas numerosas", explica o historiador Almeida.
Reprodução da capa da Revista do Ensino de outubro de 1927, que celebrou os 100 anos da lei de Dom Pedro I.
O historiador pontua que na Constituição de 1824 o método já é citado. Um dos seus defensores foi o influente jornalista e diplomata Hipólito José da Costa (1774-1823). "Vale ressaltar que este método representava, de alguma forma, o que de melhor existia na época", completa Almeida.
Para o pesquisador Martins, independentemente de qual fosse o método escolhido, a menção a um sistema didático na legislação deve ser ressaltada. "Porque, pela primeira vez, se coloca a necessidade de uma base nacional comum na educação básica", reconhece.

Depois da lei

Mas, apesar de um passo importante, a legislação não significou que, de uma hora para outra, o ensino se tornou universal no país. "A lei determinava que as províncias criassem as escolas. Algumas criaram, outras empurraram com a barriga", avalia o historiador Rezzutti.
"Na realidade, pouca coisa mudou", diz Almeida.
"A lei mostrava uma vontade do novo governo e não a realidade de fato. O que tínhamos ali era a condição legal para a realização de um projeto de educação. Porém não possuíamos recursos financeiros e materiais para que todas as demandas fossem solucionadas e as metas alcançadas. Além disso, o Brasil não contava com o preparo de profissionais para atuar na educação e mesmo com a previsão de formação para os mestres e mestras na lei, faltavam aqueles que poderiam trabalhar nesta formação. Ao mesmo tempo, só tinham condições de acesso à educação a elite, já que neste momento a população deveria se concentrar no trabalho para atender suas necessidades básicas. E até 13 de maio de 1888, os negros não tinham garantias nenhumas de acesso. E, nesse tempo, a maior população no Brasil eram os negros e os pobres. Sendo assim, somente uma pequena parte da população teria acesso", enumera o historiador.
Almeida lembra que, mesmo depois da nova legislação, muitas famílias ainda seguiam contratando preceptores para educar seus filhos.
"Falava-se em ensino público e gratuito mas, a rigor, ainda era muito excludente", confirma o pesquisador Martins. "Era um Estado imperial e centralizador. Não havia essa ideia que nós temos hoje de universalização do ensino, esta concepção de Estado social."

Outros países

Desde 1994, a Organização Mundial das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconhece o 5 de outubro como Dia Mundial dos Professores. Esta data é lembrada em muitos países.
Nos Estados Unidos, o Dia do Professor é comemorado na primeira terça-feira de maio. Boa parte dos países latino-americanos celebram a festividade em 11 de setembro, em memória da morte do pedagogo, jornalista e político Domingo Faustino Sarmiento (1811-1888), ex-presidente da Argentina - data esta estabelecida na Conferência Interamericana sobre Educação realizada no Panamá em 1943.
Escrito por Edison Veiga

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

👍 Proponho que sejamos professores de espantos...


Proponho que sejamos 
professores de espantos

Proponho que sejamos professores de espantos – Eu estou pensando há muito tempo em propor o novo tipo de professor. É um professor que não ensina nada, não é professor de matemática, de história, de geografia. É um professor de espantos. O objetivo da educação não ensinar coisas porque as coisas já estão na Internet, estão por todos os lugares, estão nos livros. É ensinar a pensar. Criar na criança essa curiosidade.

Para mim esse é o objetivo da educação: criar a alegria de pensar. Eu já tive uma experiência muito interessante com uma menininha de sete anos. Eu tava com a cabeça quente e eu resolvi então, para descansar a cabeça, fazer uma prateleira. Peguei minha serra circular, minha chave de fenda, as ferramentas, levei lá pra cima e comecei a me preparar. Nessa hora chega a minha empregada com a filha dela. A empregada disse bom dia. Eu cumprimentei, e foi embora.  A menina não foi embora. Ela ficou parada lá, ela tava intrigada com os objetos que estavam lá, ela queria saber o que era aquilo. O que é que esse homem vai fazer com isso, ficou parada lá. Aí eu peguei a trena, abri a trena e ela:

-“O que é isso?”
– “isso é uma trena”
– “Pra que serve a trena”?
– “Serve para medir”.
– “Como é que a trena mede”?
– “Vem cá que eu te mostro”.
Aí, mostrei a trena, os centímetros.

-“Presta atenção, que de dez em dez risquinhos, tem um risquinho vermelho”.

Veja o que eu fiz: ensinei o sistema decimal pra ela. Ela percebeu que as coisas vêm em pacotinhos de dez. Essa é a situação certa pro ensino, quando o professor fala provoca a curiosidade da criança, e a criança interage, a criança pergunta. Como é que eu incentivo a leitura? Não mandando ninguém ler porque a relação com a leitura é uma relação amorosa. Eu vou lá não é porque o professor mandou. Quando o professor manda, já estragou. Então você tem que criar o gosto, o gosto pela leitura. E como você cria o gosto pela leitura? Não mandando ler, mas lendo.

Uma hora muito boa para leitura é quando as crianças e os adolescentes vão para a cama. Então a mãe se senta ao lado e vai ler um livro. A missão do professor não é dar as respostas prontas. As respostas estão nos livros, estão na Internet. A missão do professor é provocar a inteligência, é provocar o espanto, é provocar a curiosidade.

TEXTO DE: Rubem Alves

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

👍 Tudo vai passar...


TUDO VAI PASSAR

"Eles vão crescer e dispensar nosso colo.
Vai chegar a fase em que os amigos serão mais importantes que os pais.
Que nossas demonstrações de afeto serão consideradas um grande mico.
Que em vez de torcemos para que eles durmam, torceremos pra que cheguem logo em casa.
Que não se interessarão pelos velhos brinquedos.
Que o alvoroço na hora do almoço, dará lugar a calmaria.
Que os programas em família serão menos atrativos que o churrasco com a turma.
Que dirão coisas tão maduras que nosso coração irá se apertar. Que começaremos a rezar com muito mais freqüência.
Que morreremos de saudade de nossos bebês crescidos.
Por isso, viva o agora. Releve as birras. Conte até 10. Faça cócegas. Conte histórias. Dê abraços de urso. Deite ao lado deles na cama. Abrace-os quando tiverem medo. Beije os machucados. Solte pipa. Brinque de boneca. Faça gols. Comemorem. Divirtam-se. Acorde cedo aos domingos pra aproveitar mais o dia. Rezem juntos. Estimule-os a cultivar amizades. Faça bolos. Carregue-os no colo.
Faça com que saibam o quanto são amados.
Passem o máximo de tempo juntos.
Assim quando eles decidirem partir para seus próprios voos, você ainda terá tudo isso guardado no coração."

Cinthia Moralles

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

👍 Tudo é culpa da escola...


Tudo é culpa da escola

A criança chega na escola sem tomar banho, com a roupa suja e cheiro forte, os demais alunos se afastam dele pelo cheiro, e a culpa é da escola.
A criança não come em casa, chega na escola e passa mal, e a culpa é da escola.
A criança não consegue falar, tem problemas de fono, e a culpa é da escola.
A criança não consegue lidar com a frustração, bate e xinga quando contrariado, e a culpa é da escola.
A criança não sabe ouvir não, corre o tempo todo, e quando cai, a culpa é da escola.
A criança ganha o material do governo, leva para casa e não traz nunca mais, ficando sem ter material para usar em sala de aula, e a culpa é da escola.
A criança se distrai brincando, esquece de ir ao banheiro, faz xixi na roupa e não tem outra peça para trocar, e a culpa é das escola.
A criança ganha uniforme, que é igual ao dos demais 700 alunos da escola, e a mãe não põe nome, ele perde, e a culpa é da escola.
A criança tem dificuldade de aprendizagem, os responsáveis nunca assinam os bilhetes, não aparecem em nenhuma reunião, e a culpa é da escola.
A criança leva o livro para fazer lição de casa, demora três meses para trazer de volta, e a culpa é da escola.
A criança vê a mãe gritando, apontando o dedo no rosto do professor, ela por sua vez faz a mesma coisa, afinal aprende com o exemplo, e a culpa é da escola.
A professora ficou doente, aliás professor se não me engano também é gente, e a culpa é da escola.
A escola depende de regras para contratar funcionários, e se vira com os que tem, mas a culpa é da escola.
A escola tem que tratar todos os alunos com direitos iguais, mas cada pai enxerga o seu como sendo o único e melhor do que qualquer outro, e a culpa é da escola.
A criança falta quase o ano todo, a escola toma as providências de encaminhar, e tem que correr para dar compensa de ausência, mesmo sem ter justificativa das faltas, e a culpa é da escola.
Os professores tiram dinheiro do bolso para investir em sua formação, são no mínimo 15 anos de estudo e constante aperfeiçoamento, e são chamados de filhos ...   E a culpa é da escola
São 35 alunos em sala de aula, 5 horas por turma falando, explicando, resolvendo conflitos, ensinando, se preocupando, e no final do dia abre a porta  da sala, e da de cara com um pai de aluno gritando com ela, em frente aos demais alunos, ela tem que se manter calma, proteger os demais alunos, se proteger, e tentar entender o que está acontecendo, mas isso é culpa da escola.
Se tudo acontece na escola, tudo a escola tem que resolver, tudo a escola tem que responder. Então não precisa mais existir família. Façamos uma escola e deixemos as crianças lá, do nascimento até a fase adulta. Assim, a sociedade toda pode abrir mão de suas responsabilidades. Afinal tudo é culpa da escola.

Autor desconhecido

domingo, 9 de setembro de 2018

👍Dicas para relatórios


DICAS PARA RELATÓRIOS 
(Educação Infantil)

ÁREA SOCIAL E AFETIVA:
➢ Adaptou-­se com naturalidade. / Ainda não completou seu processo de adaptação;
➢ Ainda mostra-­se resistente ao atender algumas regras da escola;
➢ É assíduo e pontual;
➢ Ainda não respeita os pertences dos alunos;
➢ Aceita esperar sua vez;
➢ Distingue os diferentes momentos e situações dentro da escola, respeitando-­as; ➢ Participa das atividades em grupo demonstrado interesse e cooperação;
➢ Tem preferência por atividades individuais;
➢ Tem bom relacionamento com todos que convive;
➢ Relaciona­se progressivamente com mais crianças, com outros professores e com demais profissionais da escola;
➢ Apresenta­se seguro em suas ações (ainda não...);
➢ Demonstra ter imagem positiva de si, ampliando suas autoconfiança e identificando cada vez mais suas limitações e possibilidades, agindo de acordo com elas;
➢ Valoriza o diálogo como forma de lidar com os conflitos Demonstra iniciativa na resolução de pequenos problemas;
➢ Demonstra iniciativa na resolução de pequenos problemas;
➢ Mostra­-se interessado em enfrentar desafios;
➢ Expressa seus sentimentos com clareza;
➢ Preocupa­se em cuidar dos materiais de uso individual e coletivo;
➢ Ainda apresenta­se bastante inquieto o que impede de participar ativamente das atividades propostas;
➢ Mostra­se carinhoso, alegre, tímido;
➢ Às vezes mostra­se agressivo com alguns coleguinhas;
➢ Valoriza atitudes de preservação e manutenção dos espaços coletivos;
➢ Reconhece e utiliza hábitos sociais, valores e atitudes como preservação do convívio social, ética e saúde;
➢ Demonstra assiduidade e pontualidade; ➢ Mantém um padrão de comportamento e relacionamento convencional;
➢ Demonstra comportamento desejável em sala de aula;
➢ Tem iniciativa e interesse nas atividades propostas;
➢ Relaciona­se bem com colegas, professores e demais funcionários;
➢ Participa das atividades em grupo;
➢ Coopera com o grupo;
➢ Lidera as atividades em grupo;
➢ Partilha e empresta material de bom grado;
➢ Obedece as regras do grupo e da escola;
➢ Reconhece seus direitos e deveres;
➢ Escuta e tem atenção quando outros falam;
➢ Respeita a opinião dos outros;
➢ Cuida do material e do patrimônio escolar;
➢ Mantém a pasta organizada e os cadernos em ordem;
➢ É capaz de concluir as atividades propostas em tempo desejável;
➢ Respeita regras que orientam as dependências da escola;
➢ Expressa seus sentimentos com clareza, valorizando o outro como forma de
reconhecimento e amizade;
➢ É dedicado e caprichoso;
➢ É atencioso e disciplinado;
➢ É observador e curioso;
➢ Demonstra confiança e companheirismo;
➢ Conversa sobre seus medos, sonhos, fantasias demonstrando claramente seus
sentimentos muitas vezes ocultos;
➢ Mostra iniciativa, interesse e entusiasmo em enfrentar desafios;
➢ Sabe pedir desculpas e perdoar espontaneamente;
➢ Guarda mágoas;
➢ Supera conflitos;
➢ Concentra-­se nas tarefas propostas;
➢ É solidário com o colega;
➢ É resistente.
➢ É arredio;
➢ É inquieto;
➢ É egoísta;
➢ Demonstra agressividade;
➢ É ansioso;
➢ É inseguro;
➢ Demonstra timidez;
➢ É carinhoso com colegas e professora;
➢ Demonstra-­se alegre;
➢ Apresenta tristeza em determinados momentos;
➢ Estabelece vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças fortalecendo sua
auto­estima;
➢ Adaptou­-se a escola e a turma. Amplia consideravelmente seu círculo de relações
pessoais.Demonstra independência;
➢ Supera dificuldades sem ajuda;
➢ Demonstra iniciativa na resolução de pequenos conflitos;
➢ Enfrenta desafios com autonomia;
➢ Respeita a participação alheia;
➢ Tem bom relacionamento nas atividades em grupo;
➢ Apresenta organização e responsabilidade no jogos;
➢ Demonstra decisão e autonomia;
➢ Demonstra atenção, empenho e respeito no momento da fala do colega e do professor;
➢ Questiona a professora;
➢ Inicia as atividades logo que são propostas;
➢ Assume responsabilidade pelos seus atos. ➢ Aceita opiniões divergentes da sua;
➢ Pede ajuda quando precisa;
➢ É curioso em relação a novos conhecimentos;
➢ É desinibido para expressar suas opiniões;
➢ Espera sua vez de falar;
➢ Revela confiança em si próprio;
➢ Realiza as tarefas de casa com prontidão;
➢ Manifesta afeto e respeito mútuo com colegas e professora;
➢ Brinca expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades.


CONHECIMENTO DE MUNDO
MOVIMENTO:
➢ Apropria­-se progressivamente da imagem global do seu corpo, conhecendo e identificando seus segmentos e elementos e desenvolvendo cada vez mais uma atitude de interesse e cuidado com o próprio corpo;
➢ Demonstra controlar o equilíbrio do corpo em diversas situações;
➢ É capaz de coordenar a sua ação com a dos companheiros quando o jogo requer;
➢ Explora diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, como força, velocidade, resistência e flexibilidade;
➢ Controla gradualmente o próprio movimento, aperfeiçoando seus recursos de
deslocamento;
➢ Participa com interesse de brincadeiras e jogos cantados e rítmicos;
➢ Agrada­-lhe manipular objetos e brinquedos que permitem o aperfeiçoamento das suas
habilidades manuais;
➢ Identifica diferentes sensações táteis olfativas, gustativas e sonoras;
➢ Amarra os cordões dos sapatos, recorta com precisão, monta quebra-­cabeça com peças médias (grandes ou pequenas).


ARTES VISUAIS:
➢ Ouve e aprecia produções musicais;
➢ Brinca com a música imitando, inventando, criando e reproduzindo criações musicais;
➢ Utiliza­se da expressão musical e artística como forma de comunicação e interação com os outros, ampliando seu conhecimento de mundo;
➢ Interessa­-se pelas Artes, demonstrando admiração e gosto pelas produções da escola e pelas obras regionais (nacionais e internacionais);
➢ Percebe na escuta sentimentos e emoções subjacentes à produção musical;
➢ Cria textos e melodias, compondo pequenas canções para expressar­-se;
➢ Explora diversas linguagens visuais, conhecendo e utilizando diversos materiais para produzir trabalhos artísticos;
➢ Demonstra atitude de auto­confiança e respeito por sua produção artística e a dos colegas.


LINGUAGEM ORAL E ESCRITA:
➢ Participa com interesse de atividades orais;
➢ Tem vocabulário diversificado e rico;
➢ Vem ampliando seu vocabulário gradativamente;
➢ Ainda não participa de atividades orais;
➢ Transmite recados;
➢ Dialoga com colegas e professor;
➢ Faz reconto de histórias;
➢ Fala parlendas e trava­línguas trabalhadas;
➢ Expressa­-se com frases corretas e acabadas;
➢ Expressa­-se com clareza;
➢ Ainda na demonstra compreender explicações que são dadas;
➢ Ainda não pronuncia alguns sons;
➢ Recita poemas;
➢ Utiliza expressões de cortesia;
➢ Aprecia o material de leitura selecionado, lendo de acordo com suas possibilidades;
➢ Participa com prazer das rodas de conversa;
➢ Argumenta suas ideias;
➢ Elabora e responde perguntas;
➢ Sabe dizer seu nome completo;
➢ Incorpora e recorda palavras facilmente;
➢ Usa a linguagem para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, ideias, preferências, sentimentos e relatar suas vivências nas diversas situações de interação presentes no cotidiano;
➢ Elabora perguntas e respostas de acordo com os diversos contextos dos quais participa;
➢ Relato de experiências vividas e narração de fatos em seqüência temporal e causal;
➢ Reconta histórias conhecidas com aproximação às características da história original;
➢ Conhece e reproduz jogos verbais como parlendas, trava­línguas, adivinhas, quadrinhas, poemas e canções;
➢ Veicula suas ideias articulando corretamente as palavras;
➢ Expõe oralmente suas ideias de forma lógica;
➢ Argumenta e defende suas ideias;
➢ Expressa-­se com fluência adequando sua fala a diferentes situações;
➢ Apropria­-se progressivamente de novas palavras ampliando seu vocabulário;
➢ Utiliza adequadamente as palavras entendendo os seus significados e empregando-­as corretamente;
➢ Compreende mensagens dirigidas ao grupo;
➢ Sabe dar recados;
➢ Ouve com atenção uma história, perguntas e diálogos;
➢ Descreve gravuras;
➢ Interpreta histórias;
➢ Reproduz oralmente um fato ocorrido;
➢ Usa recursos gestuais e faciais pertinentes ao comunicar­-se;
➢ Utiliza­-se de argumentos consistentes para defender seus pontos de vista;
➢ Participa de situações de comunicação oral manifestando sua opinião e ouvindo os outros;
➢ Narra histórias conhecidas e situações vividas.


ESCRITA:
➢ Distingue palavras de desenhos;
➢ Reconhece e escreve seu nome;
➢ Reconhece nomes dos colegas;
➢ Escreve nomes dos colegas;
➢ Identifica e escreve letras do alfabeto;
➢ Conhece e diferencia letras de números e símbolos;
➢ Reconhece a letra inicial e final dos nomes percebendo a posição da letras na palavra;
➢ Participa de situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso da escrita;
➢ Escreve seu nome em situações em que isso é necessário;
➢ Reconhece as ideias contidas em alguns símbolos usuais;
➢ Utiliza-­se do desenho para representação e o registro de suas ideias;
➢ Reconhece e utiliza o espaçamento convencional entre as palavras;
➢ Escreve obedecendo a direção esquerda/direita e de cima para baixo;
➢ Associa as letras do alfabeto à 1ª letra das palavras conhecidas;
➢ Compreende pequenos textos trabalhados e faz leitura correspondente;
➢ Mostra-­se cuidadoso no traçado das letras;
➢ Acompanha o registro feito no quadro pela professora;
➢ Elabora desenho dentro de um contexto;
➢ Faz leitura de imagens, rótulos, figuras e símbolos;
➢ Compreende que as palavras são formadas por letras e texto formado por palavras;
➢ Destaca uma determinada palavra dentro de um texto trabalhado;
➢ Completa frases de acordo com o texto;
➢ Reorganiza frases e palavras de textos trabalhados;
➢ Reestrutura e organiza ideias na reescrita de textos trabalhados;
➢ Identifica o número de letras das palavras.


NÍVEIS DE CONCEITUALIZAÇÃO DA ESCRITA:
➢ Ainda não faz a correspondência entre letras e os sons. Inventa desenhos garatujas e rabiscos para representas a escrita;
➢ Uso de letras muitas vezes do próprio nome ou misturam números e letras para
representar a escrita;
➢ Utiliza muitas letras para escrever o nome de coisas grandes e que coisas pequenas têm nomes pequenos;
➢ Escreve uma palavra utilizando uma variedade de letras, acredita que para escrever tem que variar as letras;
➢ Acredita que existe relação entre o que se fala e o que se escreve. Faz correspondência entre quantidade de sílabas e uma letra para cada sílaba sem valor sonoro, não se preocupa com a correspondência do som e letra;
➢ Utiliza uma letra para representar cada sílaba com valor sonoro. Às vezes só usa vogais, ou só consoantes, ou consoantes e vogais;
➢ Já escreve combinando consoante e vogais formando sílabas, mas as vezes não forma a sílaba completa usando só vogais ou só consoantes.


RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO:
➢ Utiliza contagem oral nas brincadeiras e em situações nas quais reconheça sua
necessidade;
➢ Identifica a posição de um objeto ou número numa série;
➢ Identifica números nos diferentes contextos em que se encontram;
➢ Identifica números maiores ou menores, ordenando-­os;
➢ Ordena números na seqüência ascendente;
➢ Identifica números que estão faltando numa série numérica;
➢ Reconhece o número que vem logo antes ou logo depois de um determinado número;
➢ Conta correspondendo um a um os nomes dos números aos objetos a serem contados;
➢ Lê números conhecidos de modo convencional;
➢ Usa números para registrar quantidades;
➢ Sabe ordenar quantidades e números;
➢ Identifica e nomeia formas e tamanhos;
➢ Identifica posição e se situa no espaço;
➢ Discrimina semelhanças e diferenças em objetos;
➢ Resolve situações problemáticas simples;
➢ Consegue organizar objetos de acordo com os atributos;
➢ Identifica e nomeia conceitos e cores;
➢ Reconhece os diversos significados e interpretações dos conceitos;
➢ Reconhece grandezas e suas medidas em diversas situações;
➢ Estabelece relações, compreende facilmente números de 0 a 9 e consegue associá-­los para completar um conjunto com a quantidade pedida;
➢ Organiza objetos na forma ascendente e descendente de acordo com os atributos,
tamanho, cor, forma, peso, etc.;
➢ Emprega corretamente o vocabulário matemático relacionado a conceitos diversos;
➢ Utiliza noções espaciais básicas para explicar direções;
➢ Resolve situações problemáticas;
➢ É capaz de dizer uma série numérica de ___ a ___, recitando os números em ordem;
➢ Identifica o maior entre dois números, o que vem logo antes e logo depois;
➢ Utiliza noções simples de cálculo metal como ferramenta para resolver problemas.


NATUREZA E SOCIEDADE:
➢ Manifesta opiniões próprias sobre acontecimentos, busca informações e confronta ideais;
➢ Participa com interesse de todas as atividades desenvolvidas envolvendo o tema estudado;

➢ Imagina soluções para os problemas apresentados;
➢ Participa de conversas formulando perguntas sobre o conteúdo trabalhado;
➢ Estabelece algumas relações entre o modo de vida característico de seus grupo social e de outros;
➢ Reconhece a importância da preservação das espécies para a qualidade da vida
humana;
➢ Reconhece e utiliza hábitos de higiene como preservação e prevenção de saúde;
➢ Identifica os fenômenos mais simples da natureza , suas causas e efeitos;
➢ Utiliza conceitos próprios relacionados ao corpo (partes,desenvolvimento, funções,
cuidados);
➢ Reconhece o meio ambiente como fator de sobrevivência dos seres;
➢ Tem consciência da preservação do meio ambiente;
➢ Age com educação ambiental;
➢ Identifica o espaço mais próximo e sabe se situar nele;
➢ Nomeia lugares e pessoas conhecidas;
➢ Identifica sua história de vida e dos seus familiares.


OBSERVAÇÕES:
➢ A agitação e ou dispersão tem afetado o desempenho do(a) aluno(a);
➢ Faz regularmente o para casa, completo e com capricho;
➢ Requer constante supervisão da professora;
➢ Suas faltas tem afetado o seu desempenho;
➢ Demora mais que o tempo previsto para realizar as atividades propostas.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

👍Os quatro pilares da educação


OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO

APRENDER A CONHECER – É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar.

APRENDER A FAZER – Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.

APRENDER A CONVIVER – No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.

APRENDER A SER – É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.

Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes conseqüências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente.

Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
* Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens do contexto social;
* Desenvolver a pedagogia da pergunta (Paulo Freire e Antonio Faundez, Por uma Pedagogia da Pergunta, Editora Paz e Terra, 1985);
* Proporcionar uma relação dialógica com o estudante;
* Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática;
* Oferecer um processo de auto-aprendizagem e co-responsabilidade no processo de aprendizagem;
* Utilizar o jogo pedagógico com o princípio de construir o texto.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

👍 Sugestões para preenchimento de relatórios

Sugestões de palavras e expressões para relatórios de alunos...



























quarta-feira, 11 de julho de 2018

👍A pipoca - Rubem Alves


A PIPOCA 
                                 
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.

Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.

Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.

As comidas, para mim, são entidades oníricas.

Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.

A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.

A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.

Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.

Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...

A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.

Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.

Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.

Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.

"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.

Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.

Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.

Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...

"Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu."

domingo, 8 de julho de 2018

👍Os quatro pilares da educação

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E CULTURA.
OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO

"O homem não é um ser-substância de quem poderíamos descrever e coisificar as atitudes comportamentais. Não é um ser estático e acabado, cujo comportamento teria o privilégio de assemelhar-se à sua essência, isto é, a uma definição de seu ser inscrita na "natureza humana". Porque antes de constituir um ente como outro qualquer, o homem é um existente que se constrói constantemente por sua presença no mundo: é um ser histórico, em devir, que sempre se coloca em questão". JAPIASSU, Hilton.

A educação ao longo de toda a vida se refere à mudança da noção de qualificação, pautada em uma formação única para a noção de competência, que se relaciona a uma formação dinâmica, flexível, condizente com a ênfase atual no trabalho em equipe, na capacidade de iniciativa, na valorização de talentos e aptidões. Essa mudança advém da “desmaterialização” do trabalho que exige, além da técnica, a “aptidão para as relações interpessoais” (Delors, 2003, p. 95).

É preciso explorar, conhecer os processos, as relações nos seus discursos e sua pretensa efetivação e, assim, relacionar educação com a estrutura social e a construção histórica, das quais não se desvinculam. Dessa forma, expõem-se os sentidos velados, as fórmulas ideológicas que se articulam nos discursos, trazendo à tona interrogações necessárias a uma educação que possa ser verdadeiramente transformadora e humana. Compreender a sociedade, seus discursos, sua cultura, suas fundamentações é compreender os rumos que a educação tem tomado, e dessa forma pensar a possibilidade da experiência, do diferente, em direção a transformação social tão vulgarmente pronunciada na atualidade.

QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO 
RUBEM ALVES

Métodos e metodologias em educação estão em constante mudança. Tradicionais, construtivistas, sócio-interacionistas, montessorianos, é tudo uma questão de escolha. Segundo a UNESCO e Jaques Delors, responsável pelo relatório da Comissão Internacional Sobre a educação do Século XX, para dar conta de sua missão e promover uma aprendizagem ao longo da vida, a educação deve se organizar em torno de quatro aprendizagens fundamentais. Aprendizagens estas que se transformarão para cada indivíduo em pilares do conhecimento e da formação continuada. Sem eles, não estaremos realmente preparando nossos alunos para viver em sociedade.


PILARES DA EDUCAÇÃO
PRIMEIRO: APRENDE A APRENDER

“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu” (Rubem Alves). Educadores são pessoas que certamente amam crianças. Mas não basta amá-las. É preciso que a gente tenha também a vontade de ensinar o mundo as crianças. O primeiro passo é APRENDER a APRENDER. É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar.

SEGUNDO PILAR: APRENDER A FAZER

Para  APRENDER a APRENDER é preciso aprender a FAZER. As crianças tem verdadeiro fascínio por fazer. Elas querem o tempo todo “fazer coisas”. Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.

TERCEIRO PILAR: APRENDER A CONVIVER

É preciso aprender a CONVIVER, a viver junto, a compreender o outro, aceitar as diferenças administrar conflitos. Me arrisco até a dizer que no mundo de hoje, talvez este seja um dos conhecimentos mais valorizados. Uma educação baseada nestes quatro pilares significa o fim do ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conteúdos. Significa ainda mais, pois implica em uma educação que liberta que faz crescer, que valoriza o pensar, e isto independe de qualquer método, metodologia ou linha pedagógica. No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.

QUARTO PILAR: APRENDER A SER

É preciso também aprender a SER, o que necessariamente implica em educar os ouvidos para ouvir, e ouvir frequentemente o que não é dito. Despertar no aluno o sentido ético e estético, a responsabilidade pessoal, o pensamento autônomo, crítico a criatividade. É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.

Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes consequências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente.

Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens do contexto social; Desenvolver a pedagogia da pergunta (Paulo Freire e Antonio Faundez, Por uma Pedagogia da Pergunta, Editora Paz e Terra, 1985);
Proporcionar uma relação dialógica com o estudante; Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática; Oferecer um processo de autoaprendizagem e corresponsabilidade no processo de aprendizagem.

 Considerações Finais
 A abordagem principal do tema vem enfocar os quatro pilares da educação e seus fundamentos“ Por Rubem Alves” traduzido a didática em  uma linguagem poética sobre o assunto. Busca-se uma educação de qualidade, quebrando a ideia de quantidade, números, e de resultados, buscando a transformação não somente individual, mais social. Dentro desta perspectiva, o educador Rubem Alves analisa e valoriza o processo de ensino-aprendizagem e o educando de uma forma holística, trabalhando o todo e não somente as partes, demonstrando o processo e não somente o os fins. Neste sentido, o educador deixa de oferecer o conteúdo pronto e ensina o educando a pensar, a desenvolver o pensamento crítico, autônomo, participativo e atuante em todo o processo educacional.

Colaboração > Prof. Marcos L Souza

Marcos Leonardo de Souza é Educador e Escritor. Licenciado em Pedagogia, História e Música, com Pós-Graduação Lato Senso em Psicopedagogia, Alfabetização e Letramento, Educação Lúdica, Educação Musical, Educação Infantil, atuando nas áreas de consultoria, assessoria pedagógica, treinamentos, oficinas e palestras. Mestre em Educação.



Fonte:
http://focuseducacional.wordpress.com/2012/08/07/os-4-pilares-da-educacao-para-o-seculo-xxi/
http://lidicsb.spaceblog.com.br/299828/OS-QUATRO-PILARES-DA-EDUCACAO/
http://www.educacional.com.br/articulistas/outrosEducacao_artigo.asp?artigo=artigo0056
http://educaorgpelabase.blogspot.com.br/2013/10/4-pilares-da-educacao-rubens-alves.html