sábado, 18 de agosto de 2018

👍Lendas folclóricas


As Lendas Folclóricas representam o conjunto de histórias e contos narrados pelo povo que são transmitidas de geração em geração por meio da oralidade.


A lenda da mula sem cabeça

A lenda conta que quando uma mulher tivesse desejos por um padre, ou mesmo se casasse com ele, ela sofreria de uma maldição que a transformaria em uma mula, com fogo saindo de seu pescoço. Por isso ela recebe o nome de mula sem cabeça.
Sua maldição faz com que nas noites de quinta-feira a jovem se transforme na mula, correndo pela mata, atacando tudo que aparecer pela frente e soltando fogo. Essa criatura possui ferraduras de ouro e prata, e apesar de não possuir cabeça, é possível escutar seu relincho alto ou seus gemidos de mulher.
Algumas versões da lenda dizem que a criatura é atraída pelo brilho dos dentes e unhas das pessoas, e por isso quem a avistar deve se jogar de bruços no chão, escondendo seu rosto e mãos.
Apenas quando o galo cantar pela terceira vez na manhã da sexta-feira, a mula sem cabeça volta a se tornar uma jovem, exausta e cheia de marcas e arranhões. Então ela fica em sua forma até chegar na próxima quinta-feira, quando novamente a maldição a transforma em mula sem cabeça, lhe fazendo pagar por seus pecados.
Algumas variações da lenda contam que a mulher que dormir com seu namorado antes do casamento também pode ser enfeitiçada, se tornando a mula sem cabeça.
Independente da variação, essa lenda funcionava com uma forma de controlar as mulheres. Por medo da maldição, elas manteriam sua castidade, e olhariam para os padres apenas como um representante de Deus, e não como um homem.

Curupira

O Curupira é um personagem do folclore brasileiro, que não existe, pois é uma história inventada pelo povo.
Dizem que o Curupira é um anão, com os pés virados para trás, cabelos de fogo e olhos arregalados, que mora na floresta e faz travessuras.
Esse anão fica bravo quando homens e caçadores aparecem em nossas matas para eliminar os animais e vender suas peles, destruir a vegetação, derrubar árvores, fazer queimadas, etc.
O Curupira não consegue ficar vendo tamanha destruição sem fazer nada. Com isso, apronta travessuras, pregando peças nesses homens. Ele solta assovios altos e finos, como uivos dos lobos; faz barulho chacoalhando galhos das plantas e atira pedras.
Contam às lendas que a maior travessura do Curupira é fazer com que os destruidores da natureza se percam nas florestas, não conseguindo mais sair.
Isso acontece porque o Curupira tem os pés voltados para trás e os caçadores seguem seu rastro indo para o lado contrário.
Por seus bem feitos à fauna e flora do Brasil, o anão é considerado o protetor das florestas.


Negrinho do Pastoreio

A lenda do Negrinho do Pastoreio faz parte do folclore do nosso país e é muito contada na região sul. É de origem africana, pois veio para o país na época da escravidão. Na verdade, a história se passa nessa época, sendo ligada também à religião católica.
Conta a lenda que um senhor de engenho mandou o filho de um escravo pastorear alguns animais novos, que haviam sido comprados. O menino foi de boa vontade, conseguindo reunir os animais, sozinho, e levá-los para o curral da fazenda, embora fosse mirrado, pequenino e magrinho.
Porém, o feitor, que era muito malvado, percebeu que estava faltando um cavalo e açoitou o menino até sangrar.
No outro dia mandou que o negrinho fosse buscar o animal que havia deixado para trás. O menino assim o fez, mas o cavalo era muito forte e arrebentou a corda, sumindo novamente.
O moleque, sem saber o que fazer, voltou para a senzala, levando novas chibatadas. Como se isso não bastasse, o feitor o amarrou sobre um formigueiro.
Ao amanhecer, o negrinho estava curado das marcas das chibatadas e não havia levado nenhuma picada das formigas. Uma imagem de Nossa Senhora estava ao seu lado, consolando-o, e o animal fugitivo também havia voltado.
O feitor se arrependeu, pediu perdão e o Negrinho do Pastoreio foi embora, montado no cavalo fujão.
Curiosidade: Dizem que ao perdermos um objeto devemos fazer uma oração ao Negrinho do Pastoreio, pois ele traz o objeto de volta.


 Saci-Pererê

Moleque travesso e brincalhão, o Saci-Pererê é um personagem do folclore brasileiro, talvez o mais popular de todos.
Suas principais características são: fumar um cachimbo, ter uma carapuça vermelha na cabeça e andar, pulando, na única perna que tem.
Conta a lenda do Saci-Pererê que ele vive escondido pelas florestas, para assustar os destruidores da natureza. Seu maior ofício é assombrar esses homens, para que nunca mais voltem ao lugar e parem de degradar o meio ambiente.
Para que não seja pego, se esconde dentro dos redemoinhos, fugindo dos homens maus.
Mas esse moleque, negrinho, não consegue ficar quieto, apronta muitas “artes”. Ao entrar em nossas casas, assusta as pessoas, esconde objetos e apronta a maior bagunça.
Quando procuramos alguma coisa e não encontramos, dizemos que foi arte do Saci-Pererê, que escondeu o objeto perdido.
A carapuça do Saci lhe dá poderes mágicos. Pode desaparecer de um lugar, faz desaparecer objetos, prende as pessoas, derruba água, faz uma chama de fogão se acender sozinha, etc. Quando alguém consegue tirá-la de sua cabeça, o negrinho fica sob o domínio dessa pessoa. Mas ele é muito esperto e rouba o gorro de volta.
Dentre as molecagens preferidas do Saci-Pererê estão: queimar a comida, fazer vento para sujar a roupa limpa no varal, assustar viajantes que passam pelas estradas com gritos e assovios, abrir a porteira e soltar o gado, dar nós nas crinas dos cavalos, etc.


 Boitatá

O Boitatá é um personagem folclórico, de origem indígena, cujo nome significa Cobra de Fogo.
Essa lenda foi trazida para o Brasil pelos portugueses, na época da colonização, sendo contada pelos padres jesuítas.
A lenda diz que num certo tempo as matas ficaram na escuridão, sem a luz do sol. Fortes tempestades caíram, causando enchentes nas matas e florestas, o que provocou a morte de muitos animais.
Dos poucos animais que restaram, uma cobra, sem ter do que se alimentar, passou a comer os olhos dos animais mortos, que brilhavam no escuro. Com isso, a luz desses olhos foi se acumulando dentro do corpo da cobra, deixando-a totalmente transparente e iluminada.
Porém, alimentar-se de olhos animais deixou a cobra enfraquecida e a mesma morreu, perdendo sua luz interna. Dizem que a luz interna que saiu da cobra se transformou novamente em sol, trazendo a luz de volta para o mundo.
Essa cobra passou a ser chamada de Boitatá, e de sua boca sai uma chama de fogo, que ela usa para queimar caçadores e destruidores das matas e florestas.
O Boitatá se transforma em um tronco, para enganar os lenhadores, e quando os mesmos se aproximam para cortar o tronco, ele vira uma grande chama de fogo, queimando-os.


 Caipora

Caipora é um personagem do folclore, representado tanto por uma mulher, índia como por um homem matuto, baixo, que aparece montado em um caititu ou porco-do-mato. Antes era conhecido como Caiçara entidade que protegia as caças.
As características principais do Caipora são: ser anão, ter cabelos vermelhos, orelhas pontudas e dentes esverdeados.
Conta à lenda que o(a) Caipora é protetor dos animais de pele, couro ou chifre, como porcos, tamanduás, cobras, tatus, veados, etc.
Em sua missão, assusta os caçadores que matam esses animais de forma cruel e predatória. Muitas fêmeas são mortas quando estão prenhas e esses homens, insensíveis, não têm a mínima compaixão por esses animais.
Caipora é muito danada, prega peças nos homens que chegam às matas, mal intencionados, querendo matar animais. Vendo isso, Caipora solta uivos e gritos, assombrando-os.
Outra forma de defender os bichos é espantando-os para longe dos caçadores ou ressuscitando os que foram mortos.
Caipora fica furiosa e lança seu barulho, persegue os caçadores, bate em seus cachorros, até que os mesmos fujam da floresta, deixando a arma jogada ao chão.
Porém o(a) Caipora não é totalmente correto, pois gosta de fumo e bebida. Com isso, alguns caçadores levam esses presentinhos para ele(a) em troca de uma boa caçada. Mas a caça deve acontecer sem maltratar o animal, nem matar uma fêmea que espera um filhote.


O Boto

Os personagens folclóricos não existem, pois são histórias inventadas pelo povo.
O Boto Rosa é um personagem do folclore do Brasil, que vive nas regiões do Amazonas, sendo um mamífero que costuma virar as canoas que viajam à noite, para capturar as moças.
Outra forma utilizada pelo mamífero é que nas noites de lua cheia ele sai das águas do rio Amazonas, transformando-se em um lindo rapaz. Com sua beleza, fala sedutora, educação e meiguice enganam as moças, jogando seus encantamentos, conseguindo levá-las para o fundo do rio.
O Boto Rosa é considerado muito fértil, e leva as moças para engravidá-las. Quando uma pessoa não sabe quem é seu pai, diz que é filho do Boto.
Em noites de festas populares da região do Amazonas, as mães são alertadas para que cuidem de suas filhas, fazendo com que não acreditem nos rapazes que se aproximam querendo namorar, pois pode ser o Boto Rosa disfarçado de homem.
Conta à lenda que sempre que uma moça é tida como desaparecida, dizem que a mesma foi capturada pelo mamífero.
Talvez por isso o Boto seja uma das espécies animais em extinção, pois sempre que são avistados, são mortos, para não roubarem mais as moças.


Iara

De acordo com a lenda, Iara era filha do pajé (curandeiro) de uma importante tribo amazônica. Muito habilidosa, era considerada a melhor guerreira da tribo e recebia muitos elogios do pai, o que despertou os ciúmes e inveja dos seus irmãos homens.
Uma noite, tomados por rancor os seus irmãos tentaram assassina-la enquanto dormia. Porém a guerreira conseguiu defender-se e, em meio à brutal batalha, acabou por ser ela a matar os irmãos.
Com medo da ira do pai, fugiu para o meio da mata. Entretanto foi encontrada e, como castigo, seu pai decidiu joga-la no encontro entre os rios Negro e Solimões. Compadecidos da situação trágica da índia, os peixes a levaram de volta à superfície e a transformaram na poderosa Iara, sob a luz da lua cheia.

Será? Ou talvez...
Existem também registros de cronistas dos séculos XVI e XVII em que a personagem mitológica aparece sob uma forma masculina, um homem-peixe chamado Ipupiara, o qual devorava os pescadores e os levava para o fundo do rio. A partir do século XVIII Ipupiara se torna a sedutora Iara na forma como é conhecida ainda hoje. 

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